Outdoor contra privatização da Banestes Seguros é alvo de vandalismo em Pedra Azul - Sindibancários ES

2022-03-03 08:15:17 By : Mr. Zong Zhang

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A placa instalada no km 88 da BR 262, em Pedra Azul, criticava a decisão do governo do Estado de vender a seguradora. Junior Taylor, dono da empresa de outdoor, classifica o ataque como um ato de vandalismo, talvez com viés político: “Derrubaram justamente a parte que trazia o nome do governador”

Quem passou pelo km 88 da BR 262, sentido Pedra Azul, na segunda quinzena de dezembro, na altura do Restaurante Peterle’s, deve ter notado o outdoor da campanha contra a privatização da Banestes Seguros. A placa clamava: “Governador Casagrande, não venda a nossa seguradora”. Já os que passaram pelo local após a virada do ano, viram apenas o que restou da placa: “Banestes Seguros é Banestes, patrimônio dos capixabas”.

A placa instalada em Pedra Azul era mais uma das dezenas que foram espalhadas, nas quatro regiões do Espírito Santo, pelo Comitê em Defesa do Banestes Público e Estadual, que é coordenado pelo Sindicato dos Bancários/ES. A iniciativa da campanha, que também tem sido veiculada nas redes sociais e em jornais, alerta os capixabas sobre os planos do governo do Estado de vender um dos principais ativos da família Banestes, que inclui, além da Seguradora, a corretora e a DTVM.

Segundo Junior Taylor, proprietário da empresa Taylor Outdoor, o ataque foi um ato deliberado de vandalismo, talvez com viés político. “Foi curioso que o vândalo derrubou justamente a parte que trazia o nome do governador Casagrande”, questiona.

Ele explica que suas placas, às vezes, são derrubadas por ladrões de chapas. “Os bandidos derrubam os outdoors para furtar as chapas galvanizadas. Alguns levam também as estruturas de madeira que sustentam o outdoor, que geralmente são de parajú.”, diz o empresário.

Taylor, que já lavrou o Boletim de Ocorrência sobre o fato, afirma que a placa de Pedra Azul não foi alvo de ladrões. “O sujeito deve ter tido um bom trabalho para cortar o parajú no facão”, deduz o empresário, identificando a ferramenta pelo tipo de corte feito na madeira. “Como eu disse, não posso afirmar que o ato de vandalismo teve motivação política. Vamos aguardar a investigação da polícia. Eu mesmo, antes de fechar o negócio, achei que a mensagem fazia uma cobrança justa. Não a julguei em nenhum momento ofensiva. Mas tem gente que vai interpretar de outra maneira, não é?”.

Para o diretor do Sindicato Jonas Freire, o ataque ao outdoor tem indícios de ser político. “É a liberdade de expressão cortada na ponta do facão. Não podemos afirmar, mas é razoável deduzir que algum grupo político da base do governador, que atua na região, se irritou com a crítica e decidiu censurar o direito da população de ter acesso ao contraditório, de fazer a reflexão e poder avaliar se a venda da seguradora é ou não um bom negócio para o povo capixaba, diga-se, legítimos donos do Banestes e de suas subsidiárias”, afirma Jonas.

Junior Taylor atua no ramo de placas de publicidade há 22 anos. O empresário garante que sua empresa é a que tem a maior cobertura estadual. “Estamos em 25 municípios com cerca de 100 pontos de outdoor. Naquela região de Pedra Azul, temos outras placas em Irupi e Ibatiba, por exemplo”.

Taylor reafirma que as placas derrubadas, quase sempre, são alvos de bandidos atrás de chapas, mas há também ataques políticos. Ele conta que há cerca de seis meses, uma placa da sua empresa, locada pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Itapemirim (Sindiserv), foi queimada. “Na ocasião, o outdoor que colocamos fazia uma crítica ao prefeito. Dias depois, o outdoor foi incendiado em represália aos servidores”, recorda.

Taylor se refere ao ataque feito em julho do ano passado. Na mensagem da placa, os servidores municipais criticavam ironicamente o prefeito Thiago Peçanha (Republicanos): “Itapemirim vive ‘um novo tempo…’ De perseguição e assédio ao servidor!” (foto acima).

Jonas destaca que os relatos do empresário reforçam as evidências de que o ataque à placa de Pedra Azul teve motivação política. O dirigente lembra que o objetivo da campanha do Comitê em Defesa do Banestes Público e Estadual é alertar a população capixaba sobre esse processo envolvendo a seguradora e denunciá-lo às autoridades competentes.

“Estamos fazendo esse alerta por meio de todas as frentes possíveis. Estivemos nas câmaras de Vitória, Colatina e Cachoeiro de Itapemirim desvelando esse processo. As feiras livres têm sido outro ponto de divulgação da campanha, tête-à-tête com a população. Temos nos reunido com representantes da classe política e da sociedade civil para alertá-los sobre a privatização da seguradora. No último dia 29, ingressamos com uma representação no Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES), denunciando a operação de venda da seguradora. Não é a derrubada de um outdoor que vai conseguir nos calar”, avisa Jonas.

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