Apartamento de 48 m² tem aspecto de loft industrial e muita integração - Casa e Jardim | Decoração

2022-03-03 08:26:08 By : Ms. Daisy .

SALA | A janela enquadra o verde da copa das árvores. Mesinhas de apoio 'Martini', do designer Luia Mantelli para a Drio Mobiliário. A estante é feita de chapa galvanizada e é emoldurada pelas obras de arte de Felipe Morozini, com curadoria da Paula Bohrer, da Modoo Galeria. Tapete Expresso do Oriente. Paisagismo do Studio Floē (Foto: Roberta Gewehr / Divulgação)

O desejo de uma vida minimalista, com o uso consciente de materiais, motivou o servidor público Rodrigo Petruzzi e a pesquisadora de antropologia Natália dos Santos Silva a reformar o apartamento de 48 m², habitado pelo morador desde sua infância, em edifício de quatro andares da década de 1950 na Cidade Baixa, bairro de Porto Alegre.

Para chegar ao conceito que ressignifica materiais e elementos arquitetônicos, Rodrigo contou com o olhar do arquiteto Dado Simch (@dadosimchatelier), cujo trabalho ele conheceu ao visitar um estabelecimento comercial.

LIVING | O projeto traz elementos garimpados, como a bancada da cozinha, feita de sobras de madeira canafístula, sustentada por um carrinho antigo de curtume. O sofá é do Mundaréu Antiquário. Já as banquetas 'Tirol' e o banquinho 'Aura' são do designer Luia Mantelli para a Drio Mobiliário (Foto: Roberta Gewehr / Divulgação)

“Começamos como uma folha em branco. O apartamento, antes da família de Rodrigo, tinha ambientes configurados de maneira que não funcionava para o modo de vida do casal. A minha primeira ideia foi fazer um espaço integrado, com cara de loft industrial, que explorasse as conexões”, conta Dado.

HOME OFFICE | A porta metálica com vidro, garimpada em ferro-velho, divide o home office e o quarto do casal. A bancada de trabalho é de madeira canafístula, a mesma usada na cozinha. A luminária de teto veio de uma antiga indústria (Foto: Roberta Gewehr / Divulgação)

A reforma trouxe boas surpresas: ao iniciar a retirada das camadas de cimento das paredes, apareceram mesclas de tijolos furados e maciços, o que gerou o impulso de evidenciar a história do prédio. Para manter o equilíbrio entre o bruto e o sofisticado, o arquiteto decidiu deixar a parede descascada em meia altura e fazer um reboco irregular para casar os estilos. “Acredito que é bom manter a originalidade, a história vivida. A intenção é evidenciar, e não maquiar”, ressalta Dado. 

RETRATO | Os moradores Rodrigo e Natália. Todo o apartamento tem piso de cimento queimado. (Foto: Roberta Gewehr / Divulgação)

O projeto prioriza o aproveitamento dos materiais. As escoras da própria obra servem de estrutura para a estante. Dado transformou uma chapa galvanizada com cantoneira metálica na porta do lavabo. “O que me encanta no garimpo é que muitas vezes você não sabe o histórico da peça. Isso traz liberdade poética para que eu possa usar a imaginação”, acrescenta o arquiteto.

QUARTO | A estrutura do guarda-roupa é de chapa galvanizada. Cumprindo o papel de cabeceira, um painel com pintura da arquiteta e artista Carolina Petersen dá leveza à área. Obras de Felipe Morozini. Roupa de cama da Zara Home, tapete da Expresso do Oriente, espelho da Tok&Stok e luminária garimpada em ferro-velho. Em primeiro plano, no home office, fotografia de Lorena Dini (Foto: Roberta Gewehr / Divulgação)

O mais interessante é que as melhorias não apagaram as marcas estruturais da antiga configuração. A planta original fica subentendida. “Eu queria traduzir a nossa forma de viver. Fizemos uma reforma com consumo consciente: 80% dos materiais usados na obra foram reaproveitados”, comemora o morador.