Mais uma siderúrgica decidiu elevar os preços de seus produtos. Seguindo a onda iniciada pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a ArcelorMittal Tubarão informou o reajuste de 12% para laminados a quente, a frio e zincados, e de 8% para galvalumes, que é o aço revestido de zinco e alumínio, disse uma fonte.
A notícia foi antecipada pelo Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, no início desta quinta-feira.
Com isso, o movimento de aumentos das fabricantes de aços planos ganha corpo. Ontem, a CSN confirmou alta de 11,75% para bobinas a quente e a frio e de 8,25% para galvanizados e folhas metálicas. Agora, o mercado fica à espera de um posicionamento da Usiminas. Também há expectativa de anúncios no segmento de aços longos.
Para a XP Investimentos, o anúncio é positivo para CSN e Usiminas, se esta última seguir a onda — o que costuma ocorrer. Parte do efeito benéfico já seria sentido no balanço do segundo trimestre, dado que os reajustes valerão a partir de 1º de junho. “O preço no mercado doméstico ficaria com prêmio de 5% a 10% em relação ao material importado, abaixo dos 10% a 15% considerados justos”, diz o relatório.
Esse foi o argumento dado ontem pelo diretor-executivo comercial da CSN, Luis Martinez, para o aumento. Com a desvalorização do real ante o dólar, esse “prêmio” subiria para no máximo 8% em bobinas e 10% em zincados, mesmo com os reajustes, o que, em tese, não serviria de incentivo suficiente para acirrar a concorrência com a importação.
Para um analista que não quis se identificar, o mercado financeiro começa a desconfiar do otimismo em relação à siderurgia. As CSN, por exemplo, das mais agressivas do setor no momento, declarou que a área comercial “está voando” no momento, quando há sinais de demanda travada por conta da economia.
“A leitura que temos do setor é menos otimista do que essa da CSN”, disse a fonte. “Outras percebem mais que o ambiente macroeconômico e as incertezas políticas impactaram negativamente a demanda a partir de abril. Espaço para aumentar tem, depois da queda do real, mas a demanda não facilita.”
Será possível ter maior clareza quanto ao rumo do consumo aparente -vendas internas das companhias e importações - de aço no país após a divulgação dos dados do Instituto Aço Brasil e do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), no início da semana que vem.
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