Matérias-primas caem a partir do segundo semestre

2022-08-26 18:38:02 By :

Por The Economist - México.25/08/2022 |08:08Os preços das commodities (que dispararam após o início da guerra russo-ucraniana no final de fevereiro) caíram no segundo semestre do ano, já que se espera uma demanda menor se houver uma desaceleração econômica nos Estados Unidos e na Europa.Outros fatores que explicam a queda dos preços das commodities são a valorização do dólar e o aumento das taxas de juros de referência para combater a inflação, que tornam menos atrativo investir em matérias-primas, uma vez que não rendem juros, disse Ana Azuara, analista de Commodities. no Banco Base.Algumas das commodities que mais caíram são os grãos, em especial o trigo, cujo preço caiu 24,63% desde 30 de junho para 6,66 dólares por bushel, além do milho, cujo preço despencou 17,53% para 6,13 dólares por bushel.Jorge Gordillo, diretor de Análise do CIBanco, explicou que os grãos foram beneficiados pelo acordo alcançado pela Rússia e pela Ucrânia em julho para estabelecer um corredor marítimo e retirar alimentos retidos nos portos ucranianos desde o início do conflito.No ano passado, a Ucrânia contribuiu com 11,4% das exportações totais de milho e 8,5% das exportações de trigo do mundo;ambos os cereais representaram mais de 10.000 milhões de dólares em vendas externas.“Além da guerra, o clima foi muito ruim para a agricultura nos primeiros meses do ano, com muitas secas e pouca água, situação que aparentemente já está se revertendo no segundo semestre”, acrescentou Gordillo.Por sua vez, o preço da soja -que não é um dos grãos mais produzidos na Ucrânia- caiu 5,51%, sendo negociado a 14,75 dólares por bushel.O preço do petróleo também caiu no segundo semestre do ano, com quedas de até dois dígitos devido à expectativa de redução da demanda devido à desaceleração econômica global.O petróleo de referência norte-americano West Texas Intermediate (WTI) caiu 10,28% no segundo semestre para 94,89 dólares o barril, enquanto o Brent do Mar do Norte fechou esta quarta-feira a 101,22 dólares, uma redução de 7,16% desde 30 de junho.Nos últimos dias, ambos os benchmarks caíram abaixo de seus níveis pré-guerra na Europa Oriental.Desde que seus máximos do ano atingiram em 8 de março, quando foram negociados acima de US$ 120 o barril, o WTI caiu 23,29%, enquanto o Brent caiu 20,91%.Embora os analistas digam que ainda há espaço para o preço do petróleo cair ainda mais no resto do ano, eles garantiram que é mais provável que ele aumente antes da chegada da temporada de inverno no Ocidente.“Acho improvável que negocie abaixo dos 85,73 dólares que tocamos há algumas semanas, poderia fazê-lo se o cenário econômico se complicar, mas acredito que há mais fatores que podem levar o preço a subir no mercado. meses seguintes à medida que se aproxima o inverno”, afirmou Ana Azuara.Jorge Gordillo estimou que o preço internacional do petróleo bruto vai operar entre 80 e 100 dólares por barril no resto do ano, e embora tenha dito que pode haver recuperações acima desse intervalo, descartou que possa voltar a níveis de 120 dólares.A queda nos preços do petróleo gerou, ao mesmo tempo, uma queda nos preços da gasolina nos Estados Unidos.Os futuros de gasolina reformulados na União Americana acumulam 11 semanas seguidas reduzindo seu preço, desde que atingiram um recorde em 5 de junho (4,3144 dólares por galão).Esta quarta-feira foi cotado a 2,8225 dólares.Tanto os metais preciosos como os industriais também caíram durante o segundo semestre do ano, embora por razões diferentes.Entre os produtos industriais, destaca-se o aço, que caiu 15,05% desde 30 de junho, sendo negociado a US$ 790,00 a bobina.Com reduções mais moderadas estão o cobre (3,64 dólares por libra) e o alumínio (2.417,00 dólares por tonelada), que caíram 1,90 e 1,17%, respectivamente.O preço da prata - embora seja um metal precioso, é amplamente útil na atividade econômica - caiu 7,37%, para 18,85 dólares por onça.Por outro lado, o ouro - o metal precioso de referência - perdeu 2,80%, sendo negociado a 1.756,75 dólares a onça, pressionado pelos aumentos das taxas de juros para combater a inflação."O ouro se move muito com o que o Federal Reserve faz em termos de taxas de juros, ao contrário de outros metais que estão mais correlacionados com a atividade econômica", disse Jorge Gordillo.Para o resto do ano, analistas comentaram que o que vai prevalecer no mercado de commodities será a volatilidade, e não uma queda sustentada dos preços ou uma nova recuperação.“O que devemos esperar com as ações dos bancos centrais no combate à inflação é que a percepção de desaceleração econômica seja suficiente para continuar baixando os preços das commodities, isso é normal, o problema é que ainda existem muitos eventos geopolíticos que geram incerteza nos preços. e que não serão corrigidos (no curto prazo)”, concluiu Jorge Gordillo.Contacte-nos em info@agrositio.com para mais informações