Apesar de quase invisível, a maresia é um fenômeno que atinge as cidades litorâneas e aos poucos pode danificar os móveis de casas e apartamentos perto da praia. A névoa fina e úmida, carregada de gotículas de água do mar (que contém sal e outras impurezas) é responsável principalmente por deteriorar metais através de processos eletroquímicos que causam a oxidação. Junto disto, a umidade também pode provocar o mofo e prejudicar algumas superfícies, como as feitas de madeira.
Esta casa de praia fica em Ixil, na península de Yucatán, no México. O projeto é do escritório Laboratorio de Arquitectura. (Foto: MANOLO SOLÍS FOTOGRAFÍA)
Assim, se você já sofre com os efeitos da maresia diante de seus móveis e eletrodomésticos ou está pensando em quais materiais preferir na hora de decorar sua nova casa de praia, confira essas quatro dicas elaboradas por especialistas para facilitar sua relação com o fenômeno. Confira!
A madeira é um material comum em lares litorâneos por ser mais resistente diante da maresia, contudo, ela ainda precisa de cuidados. Para evitar o acúmulo de água nessas peças, o arquiteto Cezar Scarpato indica optar por mobílias que contenham furos em assentos pranchados ou móveis ripados.
Residência na Praia do Forte, BA. Quem assina o projeto é a equipe do Architects + CO, escritório liderado por Caio Bandeira e Tiago Martins (Foto: TARSO FIGUEIRA)
Além disso, o ideal é manter o acabamento sempre preservado, lavando-os com água e sabão neutro (ou cloro, caso a maresia realmente esteja muito impregnada), e depois finalizar com uma camada de verniz.
Uma outra dica é passar óleo de peroba na madeira, que conserva, limpa e lustra qualquer superfície feita desse material, além de ser acessível e fácil de encontrar.
Os mais afetados pela maresia são os metais, que sofrem com a oxidação. Por isso, a indicação é trocar todo e qualquer prego, parafuso ou dobradiça feitas de ferro por aquelas de inox, alumínio ou aço galvanizado.
Localizada em L’Empordà, região histórica da Catalunha, na Espanha, este projeto do escritório de arquitetura Mimouca Barcelonaleva leva materiais nobres e naturais como madeira, ferro, latão e cerâmica. (Foto: Divulgação)
Fazendo essa troca que parece boba, muita dor de cabeça vai ser poupada, já que esses objetos pequenos são os primeiros a serem afetados e muitas vezes acabam atrapalhando o uso do mobiliado e danificando-os.
"Evite a exposição direta aos ventos do mar para ajudar a preservar os elementos metálicos dos equipamentos, pode ser encaixando-os em nichos de alvenaria ou com ajuda da marcenaria. Além disso, cubra-os com capas impermeáveis quando sem uso por longo período." explica Cezar Scarpato. O arquiteto também avisa que o ideal é não deixar os aparelhos parados por um longo período de tempo, ou seja, só deixe na casa de praia aquilo que você realmente utiliza quando está por ali.
Cozinha do projeto assinado pelo escritório de arquitetura Mimouca Barcelonaleva (Foto: Divulgação)
Quem dá outra dica é Samuel Girardi, engenheiro de desenvolvimento de produtos da Mueller Eletrodomésticos, que diz que sempre após a limpeza de peças como as grades ou os queimadores de fogões e cooktops, é preciso ligar as chamas do aparelho por alguns segundos, garantindo que fiquem bem secos e prevenindo a corrosão desses objetos.
"Nas superfícies de inox, pode-se usar vaselina líquida para formar um filme protetivo." complementa o especialista.
Fachada da casa de 335m2, no Guarujá, litoral de São Paulo, assinada pelo escritório FCstudio. (Foto: Divulgação)
A salinidade e a umidade podem trazer consigo o mofo, além de danificarem a pintura da casa ou do apartamento, exigindo que essa seja feita com mais frequência. Desta forma, para te poupar de reformas e reparos, as arquitetas Danielly Vasconcelos e Renata Veronesi Hoffmann, da Tetriz Arquitetura, recomendam o uso de tintas acrílicas antimofo ou tintas epóxi, que evitam a corrosão e duram muito mais na parede.